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Imigração Libanesa: Praça Sarah Kubitschek e o incêndio da Boate Vogue no Rio de Janeiro

A história dos imigrantes libaneses no Brasil é repleta de momentos de glamour, construção social e também tragédias que marcaram as cidades. Uma narrativa que reúne mistério, polêmica, altivez, generosidade e tragédia envolve a família Neder, de origem libanesa, especialmente o famoso comerciante Salim Neder e sua filha Glorinha.

Nos anos 30, Salim Neder, um visionário empresário, adquiriu terrenos em uma área não urbanizada de Copacabana, que servia como estacionamento no posto 5, com o intuito de construir três edifícios. Ele planejou dar o nome de “Neder” ao primeiro prédio (em homenagem a sua família), “Glorinha” ao segundo (em homenagem à sua filha) e “Therezinha” ao terceiro (em homenagem a Santa Therezinha).

Em 1931, o edifício “Neder”, de sete andares, foi concluído, e em 1935, Salim iniciou a construção do edifício “Glorinha”, com 14 andares, respeitando a altura do vizinho Edifício Líbano, na encosta do Morro do Pavão. Após intensas negociações com a Prefeitura, o projeto foi aprovado, com a condição de um recuo de 30 metros em relação à Avenida Copacabana, criando uma área pública arborizada, que, segundo o licenciamento, deveria ser constituída.

Em 1935, Salim Neder se associou aos irmãos Andraus, criando a empresa Andraus & Neder Ltda. A sociedade abarcou os três prédios, e o edifício “Glorinha” foi rebatizado como Edifício Andraus. No entanto, em 1937, Salim deixou a sociedade, após a empresa Andraus entrar em disputa judicial com a Prefeitura para ampliar a área que deveria se tornar uma praça pública, mas que, supostamente, teve seu documento perdido.

A vida de Salim Neder sofreu uma tragédia pessoal com a morte de sua filha Glorinha e seu genro Waldemar Schiller no incêndio da boate Vogue, em 14 de agosto de 1955. Enlutado, ele se retirou para Mato Grosso, mas, em 1959, retornou ao Rio de Janeiro com as cópias dos documentos que provavam que ele havia doado a área para a praça. Após apresentar esses documentos ao prefeito, Salim foi reconhecido como uma figura de grande importância e recebeu o título de Cidadão Carioca, com a convicção de que sua filha Glorinha teria ficado orgulhosa de sua conquista.

Em fevereiro de 1960, a área foi oficialmente declarada logradouro público, e, em 1968, o governador Negrão de Lima entregou a praça totalmente estruturada, com iluminação e parque infantil, para os moradores de Copacabana.

Hoje, a Praça Sarah Kubitschek é um marco no centro de Copacabana, e a história de Salim Neder, sua filha Glorinha e o trágico incêndio da boate Vogue fazem parte do legado da cidade, repousando nos compêndios da história do Rio de Janeiro.

© Revista Libanus

fotos: O Globo/ Pinterest
Equipe da Revista e do Blog

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