Hoje, o Brasil inteiro está na expectativa de que o filme Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, com atuações de Fernanda Torres, Selton Mello e Fernanda Montenegro, entre outros, vença o Oscar. Além disso, há também a torcida libanesa por outro personagem marcante, baseado em Dalal Achcar, uma das maiores referências na cena cultural brasileira. Dalal tem uma trajetória marcada pela inovação na dança e pela sensibilidade artística. Filha da libanesa Josefina Jordan, locomotiva da sociedade carioca dos anos 50 e grande dama da segunda Era Vargas, Dalal carrega consigo uma rica herança cultural. Essa conexão com as raízes libanesas e cariocas é um dos pilares da identidade de Dalal, refletindo-se diretamente em sua arte e na sua forma de compreender a dança como uma poderosa expressão e resistência.
No filme Ainda Estou Aqui (2023), que concorre ao Oscar 2025, o personagem inspirado em Dalal Achcar está no filme de forma interessante. Dalal e Eunice se conheceram em 1966, quando Rubens Paiva retornou do exílio e se estabeleceu no Rio de Janeiro. Dalal a descreve como uma mulher de aparência frágil, mas com uma grande força interior. Naquela época, Dalal criou uma turma de balé para adultos, utilizando a dança como uma forma de terapia em tempos difíceis. Dalal lembra que Eunice dizia que aquelas aulas eram os melhores momentos de seu dia e que ela tinha um talento natural para a dança, e também esses períodos serviam como uma forma de expressão e alívio emocional. No longa, Dalal é interpretada pela atriz Camila Márdila.
Recentemente, Dalal Achcar foi reverenciada ao ingressar na Academia Líbano-Brasileira de Letras, Artes e Ciências (cadeira 08), em uma indicação do saudoso amigo Dr. Roberto Curi Halal, reforçando sua importância como artista e como uma ponte cultural entre o Brasil e o Líbano. Sua trajetória é um reflexo de como a arte transcende fronteiras e, ao mesmo tempo, reafirma a necessidade de preservar as culturas e tradições. A entrada de Dalal na academia é uma homenagem ao impacto imenso que ela teve no cenário cultural, sendo uma das personalidades que contribuiu de forma profunda para a arte e a formação da identidade cultural brasileira.
Dessa forma, a história de Dalal Achcar, sua herança libanesa e sua contribuição para a cultura brasileira, tanto no balé quanto na vida das pessoas que cruzaram seu caminho, merecem ser celebradas e reconhecidas internacionalmente. O Brasil, e também o Líbano, acompanham com esperança a jornada do filme Ainda Estou Aqui no Oscar, torcendo para que o longa, conquiste a estatueta.
fotos: divulgação/ G1 show/Academia Libano-Brasileira
1 Comment
Muito importante buscar na arte o apoio sentimental necessário na vida, tanto em momentos difíceis quanto naqueles felizes.
Muito bem lembrada e retratada no filme a ícone da dança Dalal Archar, que contribuiu com diversas pessoas no brilhantismo de seu magistério.