Jardim no Líbano: muito além das flores, rosas, vasos, aromas e jasmins

“Os homens cultivam cinco mil rosas num mesmo jardim e não encontram o que procuram. E, no entanto, o que eles buscam poderia ser achado numa só rosa.” (Antoine de Saint-Exupéry)

A relação do libanês com o jardim, plantas e aromas chega a ser quase simbiótica. No Líbano, qualquer pessoa que passa por uma casa nas aldeias se depara com plantas aromáticas na trilha que leva à entrada da porta da habitação.

São vasos, vegetação, jasmim, alecrim, manjericão, gardênia, lavanda, camélia, romã, rosas e tantas outras, que impactam o visitante numa explosão de aromas, fluindo-se diante da luz do sol que o jardim recebe e acolhe.

Essa tradição também é praticada na cidade, embora menos presente atualmente: há plantas e flores que ornamentam o caminho que leva até um apartamento de um prédio. Vá entender.

O Jasmim (cujo nome vem do persa e que significa “Dom de Deus”), é tradicionalmente plantado em portas, entradas ou arcos, uma vez que o seu perfume costuma cheirar à distância.

E o hábito de se ter plantas na entrada, deve-se ao fato de os visitantes esfregarem as mãos com flores para se refrescar antes de entrar na casa do anfitrião e, sejamos justos, o doce aroma do jasmim sempre preenche os sentidos.

Os mais antigos lembram das moças colocando algumas flores de jasmim nos sutiãs para se perfumarem ao longo do dia, e até hoje, as mais idosas têm esse hábito, sendo que algumas o colocam atrás das orelhas.

A tão conhecida hospitalidade libanesa começa, portanto, na entrada da casa, para lembrar aos amigos de que o cheiro inebriante é o primeiro sinal das boas-vindas, criando um elemento de entusiasmo para essa experiência acolhedora.

Dizem que há um Líbano em cada curva dum jardim e que existe um projeto de cedro embaixo de cada semente espalhada na terra, mas, enquanto isso, avista-se, imperceptivelmente no meio das plantas, o jardineiro preparando as flores para o amanhã.

© Revista Libanus

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