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“Cheruel”: A Tradição que Perpetuou seu Nome nas Vestes

 “O menino de calças curtas e sonhos longos corria com o vento na cara e o Líbano no coração. Parou na esquina, olhou o céu: desnudo de todas as maldades, apanhou os sentimentos do mundo e os vestiu.”

O “Cheruel” (شروال, saruel) foi uma peça de vestuário tradicional usada por homens no Líbano e no Levante durante séculos. Até a década de 1970, tanto pessoas humildes quanto ricas, comuns ou autoridades, vestiam este tipo de calça, no Líbano, na Palestina e na Síria.

No passado, o “Cheruel” era sinônimo de riqueza e ostentação. Quanto mais ampla e decorada a peça, maior o prestígio, a seriedade e o status social do portador. As calças eram adornadas com detalhes elaborados, incluindo bordados coloridos, miniaturas e desenhos geométricos, como triângulos, quadrados, e até símbolos míticos como a lua e o sol, carregando significados profundos e sociais.

A palavra “Cheruel” tem origem persa (Chloar), com pronúncia derivada do aramaico. Trata-se de uma vestimenta oriental antiga, levada pelos persas para os países árabes, onde foi chamada de “Cheruar” e, com o tempo, passou a ser conhecida como “Chirual” ou “Sirual”.

O “Cheruel” popular pode ser encontrado em três versões distintas. A primeira, chamada “Liyat Alshrwal” (a carne do Cheruel), é uma calça ajustada ao corpo da parte do joelho até o pé, com a parte superior mais ampla, criando uma espécie de “torção” protuberante na parte traseira. Esse modelo é usado tradicionalmente pelos Sheiks da comunidade drusa nas aldeias de Bekaa, Baalbek e Chouf, no Monte Líbano, e é considerado um elemento fundamental na identidade religiosa dessas regiões. A calça é presa à cintura com uma corda torcida, conhecida como “Daket El Cheruel” (fivela do Cheruel), cuja ponta fica pendurada por aberturas na parte frontal da peça.

O segundo tipo de “Cheruel” é de cor branca e possui a torção na parte de trás mais estreita, permitindo maior liberdade de movimento, enquanto o terceiro tipo é mais simples, sem torções, com comprimento que vai até o joelho e é geralmente confeccionado com tecido mais pesado.

O “Cheruel” tornou-se um patrimônio cultural do Líbano e é presença constante em festivais folclóricos, onde é usado por dançarinos de Dabkeh para exibir a riqueza da tradição libanesa.

Hoje, o “Cheruel” também faz parte das passarelas de moda feminina internacional, sob o nome de “Saruel”. Neste contexto, ele ressurge como uma referência à memória dos povos, explorando sua herança cultural para enriquecer o presente e conectar as gerações mais jovens com o estilo de vida de seus ancestrais.

© Revista Libanus

Fotos: lacuenta / The Huffington Post / Pinterest / Anna-Maija Ahokas
Equipe da Revista e do Blog

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